Não julgue, cara. Fique de olho em si mesmo.

Não julgue. Fica esperto. Ou, diria o pessoal da minha terra "se liga, meu irmão".

Julgar não está com nada. Se a criatura quer andar de calça de onça pintada às seis da manhã, o que é que você tem a ver com isso? Paga as contas dela?

Se um homem quer namorar outro homem, respeita. Se uma mulher não quer ter filhos, é direito dela. Se um rapaz tem piercing no nariz e acha bonito, advinha só: é o gosto dele, não o seu. 

A gente precisa sair da bolha. Precisa parar de fingir que não tem preconceitos. Eles estão por aí em suas entranhas hereditárias, em comentários que você ouviu da sua avó, das suas tias, dos vizinhos. Por onde você for, eles estarão por ali, junto com você.

Mas a vida te dá uns socos na cara. Ela te coloca frente a frente com ela, assim que você põe os pés fora de casa. O ônibus é uma democracia desorganizada. Mas ali você se depara com pessoas com deficiência, negros, brancos, héteros, homossexuais, pobres, classe média. Você vê a vida.

A rua é o grande mundo. A praia te dá areia e pessoas de todos os níveis sociais ao seu lado. Não dá para julgar. É muita gente. É avaliar a vida. E a vida não está aí para ser avaliada.

E quer saber mais? Você não é perfeito, só foi feito à imagem e semelhança de Deus - mas vive escapando do destino e se afastando disso. Ou, se preferir, dos destinos do Universo. Não tem diferença. E sabe outra (porque hoje eu estou com os socos convivendo comigo)? Enquanto você acha que não erra, está sendo julgado (a). Está achando que o vestido de bolinhas passou batido? E aquela frase mal explicada foi bem compreendida? Não... não foi bem assim que te entenderam.

Vamos todos descer do salto e olharmos bem para a floresta. Vamos parar de ficar abraçado à sua árvore. Vamos olhar em volta. Tem vida. Tem gente. Tem ser humano. Tem coisa à beça para aprender. 

No lugar de olhar o jeito que as pessoas lidam com os dias, com os porquês, dá uma olhadinha em si mesmo. Vai valer à pena. No início, vai causar espanto. Pois é, não é possível, mas você é assim, viu... mas, depois, vai ser honesto, vai ser transparente. Vai ser possível. 

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