Eu andei de ambulância e encontrei a empatia

Ontem, eu andei de ambulância. Pela primeira vez. Não era paciente. Era acompanhante.

Nunca um trajeto foi tão rápido. Um filme com cenas soltas, uma mescla de Woddy Allen con Almodóvar, mas, importante dizer, embalada com risos, paz, harmonia.

Como isso é possível? Com empatia, essa entidade superior, invisível, mas, quando está presente, invade corações, mareja olhares e adocica vozes.

O carinho e a experiência de um motorista, que há 16 anos acha espaços em ruas e avenidas para levar pacientes e médicos o mais rápido possível. Uma corrida contra o tempo e pela vida. Uma gentileza em me emprestar o cabo do aparelho celular para carregar o meu.

O acolhimento de quem te recebe no hospital, genuinamente querendo te ajudar. E o olhar que te sorri, encorajando a continuar cuidando de quem você quer bem.

As palavras em volume dócil que te fazem compreender um estado delicado de alguém, mas que te embala com generosidade.

Tudo isso foi tão real, que a corrida da ambulância, com sirene, com aquele zigue-zague frenético, viraram risadas. Que o cansaço aparecem somente no dia seguinte. Porque o dia foi demais. E ele só acabou porque todas essas pessoas foram me passando de mãos em mãos angelicais.

Ainda há pessoas leves, ironicamente imersas no alto estresse. Mostrando que é mais do que possível, que ainda temos jeito.
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