O que importa é como acaba

 Meu pai sempre me dizia: "não importa se você vai virar doutora, nunca deixe de cumprimentar o porteiro". Certa vez, ele me contara que em seu trabalho, que consistia em cuidar de várias lojas, em uma delas ele se deparou com um entupimento na caixa de esgoto. Imediatamente, tentou consertar, para espanto do gerente. 

- Eu tenho Segundo Grau completo, não vou colocar as mãos nessa sujeira.

Meu pai lhe respondeu:

- Rapaz, eu sou formado em Economia e nem por isso estou deixando de tentar resolver esse problema.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Essa semana, uma pessoa do bem faleceu, de ataque fulminante, enquanto trabalhava. Lembrou meu falecido tio Nelson, que morreu de ataque cardíaco, quando levava os filhos para passear no Cristo Redentor. Mortes súbitas assim sempre são chocantes. No caso do seu Laerte, que trabalhava conosco há mais de duas décadas, não houve uma pessoa na empresa que não ficou minimamente triste. Ele era motoboy. Hierarquicamente, todos estavam acima dele, na formação educacional. Já no caráter, no humor, na educação ao nos tratar, ele estava no topo dos topos.

E isso me lembrou demais o ensinamento do meu pai. Não faz diferença o quanto você conquistou. O que importa, mesmo, é como acaba - e como será lembrado pelas pessoas.





Comentários

Postagens mais visitadas