Meu coração e o jornalismo esportivo
Assisto à ótima produção da ESPN, que traz histórias maravilhosas de locutores consagrados. Um deles, José Carlos Araújo, o Garotinho, de 82 anos. E narrando. Acompanhado do polêmico Milton Neves, do querido Osmar Santos, do admirável Pedro Ernesto Bernardin (o vovô) e o monstro sagrado José Silvério.
Ele é, sem dúvida, um dos responsáveis pelos momentos de profunda angústia que sofria quando Washington e Assis (do Fluminense) ou o Roberto Dinamite invadiam as redes do gol do Raul (Flamengo). Posso ouvir o "Chegueiiii!", "Vai mais, vai mais, garotinho", "Apite comigo, galera". Quantas vezes o escutei dentro do possante Fusca da família, voltando da casa da avó no domingo à tarde, em Teresópolis, para casa. Era a trilha sonora da viagem escutar a Rádio Globo, vale dizer, a da Rua do Russel, colada ao prédio majestoso da então Rede Manchete - Grupo Bloch. Bons tempos.
Não foi por acaso que eu escolhi o tema da monografia da faculdade de Jornalismo o rádio esportivo. E como foi bacana entrevistar o saudoso Luiz Mendes e o especialista Marco Aurélio Carvalho, que com apenas 10% da visão do olho esquerdo comentou jogos e narrou desfile de escola de samba. O rádio é muito apaixonante.
Meu eterno amor ao rádio. E, mais uma vez, o futebol ensinando coisas que ultrapassam as quatro linhas. Em um cenário atual difícil de administrar diariamente, a gente não pode se dar ao luxo de não perceber essas sutilezas de iluminação. Um senhor de 82 anos e sua contínua inovação. O rádio e o esporte, uma combinação explosiva, maltratada por vezes, mas de um passado riquíssimo.
É muito mais que futebol.
https://www.espn.com.br/artigo/_/id/10657294/considerado-o-ultimo-revolucionario-do-radio-esportivo-jose-carlos-araujo-o-garotinho-revela-o-segredo-da-juventude
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