Sejamos honestos

Em um almoço com dois queridos amigos, um deles joga na mesa: "será que vale ser honesto?". A pergunta vinha com várias capilaridades. O contexto é a sociedade atual, cheia de favores, pequenas corrupções, e o que podemos deixar de legado para os filhos, sobrinhos e futuras gerações.

É possível criticar um político por desvio de dinheiro e, ao mesmo tempo, comprar a carteira de motorista, sem passar por aulas e testes? Um tanto incoerente.

Passamos a contar casos de situações que não procuramos, mas que nos acham. Gente que quer oferecer um dinheiro a mais, já programado nos caixas da empresa, para você ficar com o serviço dela. Um "agradinho", um "presentinho". E o quanto dá trabalho negar o esquema. Você chega a entender o motivo de tanta gente entrar nessa. Não só pelo dinheiro fácil, mas pela engrenagem, pela sistemática, que de tão complexamente estruturada, é até difícil de sair dela.

Então eu me lembrei de uma das situações pelas quais passei. Uma proposta indecorosa há alguns anos, que não vale ser citada. Eu me lembrei de duas situações. Uma, veio de uma frase sábia de uma amiga, que certa vez me disse que caminhos curtos nem sempre são os melhores. A segunda, do velho e bom travesseiro. Realmente, não tem coisa melhor do que dormir sem culpa por ter feito algo errado. Disse não à proposta, ainda paguei caro por isso, mas não me arrependo. Nem um pouco.

Chegamos à conclusão de que erramos. Algumas vezes, vamos errar. Mas, o que não dá é achar que isso é normal. É preciso mostrar a jovens e crianças que é errado, sim. Mostrar a realidade da vida. Para que não se frustrem com estranhos, logo de cara. Que se frustrem com os seus.

Somos humanos. Erramos. Porque errar é da nossa natureza. Mas, fazer disso uma cultura, aí já é outro caminho. O tal do curto. O tal que compromete o travesseiro. O que destrói legados. O que compromete a humanidade.

Sejamos honestos. E comecemos por nós mesmos.

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