A verdade - só sei que nada sei
A verdade é que você nasce com a verdade.
Mas, você acaba se perdendo na pseudoverdade.
Porque é mais palpável ter do que ser. Porque é tentador.
Porque é poder. Porque, às vezes, é conveniente. Porque, por alguns momentos,
traz alívio aparente.
Só que é aí que mora a verdade. É por pouco tempo. Afinal, a
mentira – a oponente – tem pernas curtas. Sim, sua avó sempre disse verdades
básicas e para a vida. Você é que achou que ela era caduca demais. Só que
agora, na verdade, você repete a frase como se fosse a constatação mais normal
do mundo.
É duro dizer a verdade. Às vezes, paga-se caro por dizê-las.
E, muitas vezes, custa quase o seu rim o fato de omiti-las.
Mas, tem o seu lado bom. Muito bom. É o olhar nos olhos, a
tranquilidade, a referência de claridade. É luz. É vida. Mentir dá agonia. Não
para alguns. Talvez não para muitos. Mente que nem sente. Já vi isso de perto.
Aliás, fica tão normal que vira verdade.
Sair desse emaranhado é uma opção. Para os fortes. Porque a
maioria que está ao seu lado vai dizer que não.
Para quê comprar essa briga, se todo mundo faz?
Uma voz trêmula, no seu interior, sobrevive e fala, mesmo
que de forma bem fraca: volta pra mim. Volta pra sua alma, volta pra sua
verdade. Volta pra casa, vai.
Afinal, você experimentou tudo. Já viveu, já sorriu, já
comemorou, já se frustrou e jurou nunca mais usar esse tipo de droga. Porque pseudoverdade dá sucesso, é enebriante. É aquele, momentâneo, mas é aquele. Que você
coleciona, pendura na parede e causa inveja.
Pena que é com certa idade que a gente enxerga o que vale à
pena de verdade. Os pés no chão, na areia, descalços, pouca roupa e muita
verdade. Muito carinho, muitos abraços, muitas conversas simples e honestas.
Sem corre-corre, sem engolir, aquela vibe onde tudo se encaixa, onde tudo flui.
Porque, de verdade, a gente só conhece o meio de alguma coisa se sabemos onde
ficam os extremos.
Mas vale seguir caminhando. Uma hora o equilíbrio chega. De
verdade.
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