A "pegadinha" do problema

Há momentos que o ruim demora a ir embora. A gente se pergunta porque tudo é difícil. Porque  fomos afetados por alguém ou por algum fato. Listamos a sucessão de acontecimentos negativos. São tantos motivos, que fica fácil achar que somos culpados por tudo - ou quase tudo.


Claro, também lidamos com situações difíceis de digerir. Doloroso e chato não são características convidativas. Uma hora vamos assumir. Nem que seja para nós mesmos. E, obviamente, há os que nos surpreendem. Típicos "não é comigo", "a culpa nunca é minha". Aliás, "a culpa é sua". Uma hora, eles também vão assumir. Mesmo que não na sua frente.

E há as afinidades. Se aconteceu, você precisou passar por isso. Por algum motivo. Mas, não necessariamente você  é parte da questão. Foi envolvido porque algo será demonstrado, para te ajudar a enxergar melhor o caminho. Um "insight" muito comum durante banhos ou caminhadas despretensiosos.

O meu "clique" veio durante uma conversa num jantar qualquer, num dia qualquer, cotidianamente, sem qualquer glamour. Com uma pessoa que há pelo menos 11 anos tem esse dom comigo: despertar o simples da situação.

"Mas o problema é seu? A atitude foi sua? Foi você quem criou a situação?"

Fiquei a refletir. Não, não havia criado as situações. Por que raios estavam me incomodando? Porque talvez seja para eu parar de prestar atenção a tudo. A ter foco no que realmente importa. E também a ligar o "dane-se" - pra não dizer algo mais enfático - quando
necessário.

Essa "pegadinha"  incomoda. Se não olharmos pro que verdadeiramente importa, viramos reféns do falso. Começamos a nos culpar, a criar monstros, encontrar imperfeições e buscar consertos que não se aplicam. Simples: porque não é culpa sua.

O equilíbrio é para os fortes. Porque fracos não saem do lugar. Já os fortes vão aos extremos para descobrirem, depois, onde é que fica o meio do caminho. Aprendem. 

Depois desse momento filosófico e instantâneo, passei a admirar quem não se acha culpado de nada. Porque acredito que desse extremo pode vir o equilíbrio.  Embora de lados opostos, temos chances iguais de chegar ao tal bom senso.

Desculpe o texto longo, a culpa é minha e a culpa é sua. Termino com Jack Sparrow: o problema não é o problema. É a sua atitude em relação ao problema. Você entendeu?





Marido, obrigada pelo jantar. Amigos, obrigada pelos "cliques". Conto com eles. E com vocês.

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