Gestos comunicam
José Datrino. Profeta Gentileza. Ele não precisa de mais um texto sobre ele. Eu é que preciso do profeta para falar sobre algo na comunicação fundamental e tão escasso atualmente. Infelizmente, estamos carentes de gentilezas nos gestos. Empobrecemos uma comunicação tão importante.
O profeta era respeitado, mas considerado fora do normal. E o que ele fazia era escrever frases sobre gentileza. Quem conhece o Rio de Janeiro, conhece o famoso Viaduto do Gasômetro. As frases do profeta chegaram a ser apagadas. Depois, a Prefeitura garantiu que o local fosse protegido como patrimônio cultural.
Criação de José Datrino, o Profeta Gentileza
Gestos são expressos por olhares, apertos de mão. Aliás, as mãos falam até para os mais tímidos. Se as apertamos demais, uma contra a outra, estamos nervosos. Se as levantamos em direção ao alto, somos acolhedores; já se ficamos, com o dedo indicador apontado a alguém, estamos querendo acuar o outro.
"Ah, o mundo está chato". Muita gente diz isso por aí.
O que as pessoas não refletem é que era normal diminuir, ter preconceitos, agredir o outro. Hoje, felizmente, não é. O que incomoda quem se sente confortável em causar mal estar sob a bandeira de uma simples brincadeira. Não há graça em desamor e desrespeito.
A gente precisa ter mais cuidado com os nossos gestos. E não ter cuidado algum se é algo que faz bem ao próximo.
Muito obrigado, por favor, me desculpe. Sorrir, cumprimentar todos, do porteiro ao presidente. Nunca fez mal a ninguém. Pelo contrário.
Em Raízes do Brasil, Sergio Buarque de Holanda fala que o homem cordial "precisa expandir o seu ser na vida social, precisa estender-se na coletividade - não suporta o peso da individualidade, precisa 'viver nos outros'. É isso que faz com que a gente faça amizade com quem conserta o carro, quem corta o cabelo, quem nos serve no bar. E isso é comunicação, que influencia em como falamos, como agimos.
Gestos são muito estratégicos, inclusive, para os negócios. Mostrar simpatia, empatia, acolhimento - tudo isso torna qualquer ambiente melhor.
Gestos comunicam. O profeta Datrino era considerado louco por querer promover gestos do bem. Loucos somos nós, que esquecemos que se algo é ruim para o colega ao lado, não se deve ir em frente. O pior é que não só vamos, como queremos estar certos e atropelar o colega.
Prefiro a loucura de tirar a poeira das boas maneiras, do que faz bem aos outros.
É um toque de cortesia.
De gentileza.
Que louco seria se todos nós fôssemos um décimo do Datrino.
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