Somos todos (in)dependentes
Semana da independência. Inevitável pensar em D. Pedro I gritando "Independência ou Morte!". Complicado não pensar no País, no incêndio do Museu Nacional. Enlutados, pensamos nos rumos da nação.
Mas, gostaria mesmo de tocar no tema sobre o que é, afinal, ser independente. Penso em como nos dizemos independentes. Mas, no fundo, dependemos e muito de uma série de coisas. O País, o mundo, a sua rua, o seu bairro, a sua cidade, apenas são reflexos de nós mesmos.
E o que somos, afinal? Dependentes de afeto. De abraços. De beijos. Quando nos faltam, ficamos incuráveis. Fugimos do que deveria ser o normal. Sermos felizes. Cordiais. Gentis.
Eu costumo brincar com a "falta de ambiente em casa" para justificar grosserias, atitudes impensadas e ruídos de outras pessoas. Na verdade, muitas vezes criticamos o espelho que vemos no outro.
Hoje, cada um vive numa bolha, curvado olhando fixamente para o aparelho celular, novo órgão humano. Brigamos virtualmente, somos politicamente corretos nas redes sociais, hipocritamente incorretos. Todos somos.
Se a gente parasse por um minuto. Só um minuto. Para identificar o que realmente é importante. Como anda fazendo falta um contato físico. Como estamos conectados via Internet e mais separados do que nunca fisicamente. Estamos tão egoístas, tão fechados em nós mesmos. A alma grita por socorro. Por entender o outro. Por ouvir. Por falar. Por simplesmente ser.
Nessa semana de comemoração da independência do Brasil - que hoje, infelizmente, soa quase como um deboche - que a gente enxergue mais quem está ao lado. Que ser independente não é ser sozinho. Que ainda é possível.
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