Quando algo te diz que você está no caminho certo
Pedem para falar comigo. Uma hora de conversa entre computadores servindo de telefone sem fio. Um certa viagem na cabeça. Afinal, estava ouvindo um agradecimento ao fim de uma jornada. E não foram só flores. Houve conversas difíceis. Mas, uma vontade de acertar e de fazer o que é correto. Ao final, um coração quentinho dentro do peito. Dever cumprido. Na melhor do que encerrar uma jornada em que os dois lados saem felizes.
Nem sempre foi assim. Nem sempre é assim.
Já fiz muito por várias pessoas. Pensando que era o melhor a ser feito. E fiquei indignada com a indignação do outro - porque o seu tudo muitas vezes é um nada do lado de lá. Tempos depois, queria uma nova conversa, mas sem tocar no assunto. Como é que se conserta vaso quebrado sem juntar os cacos? Não deu. Restou desejar boa sorte, limpar os ressentimentos. Já que não era para tocar no assunto, caso encerrado.
E há o extremo. A condescendência cria monstros. Alguns já estão lá, fato. E é aí que aprendemos o limite. Vai prejudicar alguém? Vai (e geralmente é você). É bom para alguém? (é e não é para você). Temos um limite. Ser bonzinho não te faz ir pro céu. Porque não é sobre isso. É sobre ser correto.
E ser correto é estar entre espadas. O tempo todo. E já começamos errados. Somos humanos, afinal. Então, acertar 100 por cento não é condição, é sofrimento. O que nos resta é fazer o melhor.
E vale, afinal?
Respira antes de decretar que sim. Porque o caminho é mais longo. Chutar o balde é mais gostoso. Mas, dura pouco a sensação de alívio. Logo vem a culpa, o autojulgamento. Não vou negar, vez em quando, jogar tudo pro alto faz sentido. Mas só de vez em quando.
Mais um fim de dia com sensação de fim de jornada bem cumprida. É, demorou - você aí não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui e, sim, é a letra de música do Cidade Negra. Mas, até que o caminho tem sido melhor. Ou fui eu que melhorei?
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