Os altos e baixos de um mundo enlutado

 Hoje é domingo. Acordamos às 7 h da manhã. Atravessamos a cidade. Chegamos à casa, vazia e tão cheia de histórias, ao menos de três gerações. O varrer , o jogar água, o regar as plantas, uma forma de se comunicar com quem não está mais aqui - no céu, ou em devaneios do Alzheimer. O beijo e o sorriso de volta e a conversa sem sentido te faz lembrar de forma simpática os diálogos engraçados com a sua avó que agora está no andar de cima. Agora é a outra avó, a do marido, que vai se despedindo, dia a dia. 

Os roteiristas não brincam em serviço e despedida é a palavra. Um telefonema te informa que um grande amigo pode partir a qualquer momento. Câncer. O pré-luto é assim. Surpreende, te massacra, nem consigo afirmar que te prepara, porque a dor do início da perda não alivia, você se acostuma a ela. É o amigo que vai pra sempre, é a mãe que se prepara para voltar para casa.

Ao redor, um grande luto de doença, de pobreza, de ignorância. Tudo de forma democrática, infalível. O dinheiro não te garante mais a vida. E a falta de dinheiro garante a fome. É urgente fazer algo a respeito. Ajudar quem estiver na sua frente. Ajudar da forma que for possível. Fazer a diferença na vida de alguém. Urgente. 

E o luto que não acaba e te ronda. Meditação alivia. Por que o apreço ao que já te feriu um dia.? Você fez o melhor possível, você sofreu, você superou. Deixe ir, deixe ir. Não precisa mais disso. Dê adeus e siga seu rumo. 

Não se engane, seja feliz. 

Urgente. 


É urgente.



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