Ainda temos jeito

Acabamos de passar por um primeiro momento de escolhas. Tivemos conversas difíceis sobre isso. Nunca foi tão difícil a comunicação. Uns com os outros. 

Isso me faz pensar que não estamos cuidando de nós mesmos adequadamente. Não nos alimentamos direito. Não dormimos o suficiente. Esquecemos como é respirar. Esquecemos do que deveria nos preencher. 

Acabamos nos alimentando com pressa, não para cumprirmos a nossa missão. Dormimos pouco, porque o mundo urge, porque trabalhamos globalizados. Não há mais tempo.

Esquecemos do que é relevante, porque esquecemos da causa maior e do objetivo maior. A gente, no fundo, quer ser feliz. Mas tem até vergonha de dizer isso em voz alta. 

E foi aí que começamos a errar feio. Escolhemos o que aparentemente importava. Deixamos de nos ouvir. 

Demos lugar ao ódio. À ansiedade. À depressão. E concluímos erroneamente de que estar certo o tempo todo nos deixa mais felizes. Então, xingamos, gritamos, ofendemos. E o que é pior: acreditamos em tudo sem darmos a chance de ouvir o outro. 

É. Ficamos rasos. Abandonamos o diálogo. 

Em meio a tempos difíceis, ainda temos a escolha. Ainda é possível voltar pros trilhos. A escolha é nossa. Ainda temos livre-arbítrio. 

Fácil, fácil, não é. Mas, tem sempre um meio de recomeçar. Como um pedra atirada ao lago, que é pequena, mas vai até o fundo. E isso faz com que ondas se formem na superfície, expandindo a simplicidade de um ato físico. 

Comecemos, então, nos perguntando o que de fato queremos. E o que nos faz chegar lá. 

Ainda temos jeito. 

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